LIBERTAS QUAE SERA PRAÇA



Vive na rua.
Mas construiu para si uma fortaleza.
De livros, veja só.
Dentro deles, nada o alcança.
Vive na rua.
E construiu uma fortaleza.
Justo na praça com nome de Liberdade.
De livros, a fortaleza dele.
Desculpe.
O romantismo acaba aqui.
São livros, fisicamente falando.
Uma parede deles.
Que o protegem do frio.
Da chuva.
Da ignorância.
Sem romantismo, já disse.
Não da própria ignorância.
Isso seria romântico demais.
Mesmo que seja verdade.
Mas, isso, ignoro eu.
Dizia da ignorância de quem passa.
De quem olha.
Até de quem ignora.
Como a ignorância de quem agora escreve.
Ignorando se ele quer ser lido.
Às vezes, só está cansado da lida.
Eles também ignorarão esse texto, afinal.
Não me importa.
Já foi.
Não me incomodam mais.
Coloquei pra fora.
Não da praça.
Mas da cabeça.
Não dos olhos.
Até porque ainda estão na praça.
Mas da caneta.
A partir de agora, volta tudo pro lugar.
Cada qual na sua fortaleza.
Eles, lá.
Eu, a ignorar.



No comments:

Powered by Blogger.