ESSE É MEU.
Faço as vezes do meu pai, bonitão.
Adivinho seu avô como uma forma de oração.
Esses olhinhos de céu pedem uma previsão:
“Finalmente, hein,
Caçula?”
A cutucada de sempre.
Não poderia faltar.
Não dançou no Palácio, afinal.
O horário nobre da Globo deve compensar.
Penso no orgulho indisfarçado do meu pai, Pipi.
Risinho de canto de boca vendo o Caçula ao lado do Faustão.
“Globo é globo, né, filho?"
Com você, a coisa seria diferente, meu amor.
Piormente melhor, aviso:
“Com esses olhos eu estaria em Hóllywood’
Assim, com acento no ó.
Assim, sonhador.
Assim como seu pai.
Assim era o vovô.
Quer saber?
Vejo o meu pai e o seu.
Olhos nos olhos.
Pais e filhos.
Finalmente em acordo.
Pais orgulhosos.
Pais.
O seu se adianta e diz:
“Esse é meu”
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