ILUMINAMOR
E depois também.
Ainda é um pouco, admito.
Onde já se viu surdez pela metade?
Surreal mesmo.
Ela fala.
A boca se move.
Os olhos me olham.
Obrigado, universo, por esses olhos.
Ela sorri.
E eu simplesmente não ouço.
Nada.
Vejo, mas não ouço.
Então ela para.
E só então eu escuto.
Com segundos de atraso, as palavras chegam.
Medo e euforia dividem o mesmo espaço em mim.
Tentei entender.
Médicos.
Psicólogos.
Jesus.
Kardec.
Buda.
Pai e mãe.
Nada.
Então, choveu.
Tudo ficou claro.
Raios.
Depois, o som.
Trovão.
Claro!
Raio e trovão.
A resposta na natureza.
Primeiro, ela.
Depois, as palavras dela.
Nunca gostei de física, mas, finalmente, aprendi.
A luz é realmente mais veloz que o som.

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