SONHO.


Imagine um funil grande.
Funilzão mesmo!
Tipo trinta e muitos anos num funil.
Lá em cima, uma infância boa.
Bola na rua, esconde-esconde.
Pra baixo um pouco, adolescência.
Com direito a efervescência.
Tudo muito. 
Juízo, nem tanto.
Paixões, ressacas, recuperações.
Ali pro meio, a parte que vem antes de agora.
Tanta coisa ao mesmo tempo.
Trabalho, contas, relaxa.
Trabalho, contas, relaxa.
Trabalho, contas, relaxa.
Muita alegria durante.
E mais ainda nos intervalos.
Contratempos? Temos!
Lá na ponta, bem na pontinha:
Hoje à noite.
Igual à de ontem.
Fralda nova. Sequinha.
Deínha na mão esquerda.
Pequínha na mão direita.
Luz, só a da lua.
Cabô deínha.
Pequínha na boca.
Agitação.
E então:
Meu peito.
Suas costinhas.
Batimentos entram em acordo.
Suspiros idem.
Meus minutos de contemplação.
Tudo de antes me trouxe até esse colchão.
O funil termina em sonho.
Boa noite, princesa.
Até amanhã.
Eu te amo.

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