FILMOTECA DE GENTE


Prefiro livros a filmes.
Livros te deixam participar.
Ler te faz criar.
Obrigatoriamente.
“Ela estava em um campo cercado por gerânios”
Crie ela, crie o campo, crie a cerca e os gerânios.
Prefiro livros a filmes.
Um filme te dá o personagem pronto.
Com rosto e roupas e trejeitos.
Mas você tem cinco segundos para saber o que ele sente.
Depois disso, já foi.
O livro te dá duas páginas inteiras de descrições.
E o tempo que você quiser para entender.
Também tem gente que é livro.
E gente que é filme.
Nesse caso, continuo preferindo as pessoas-livro.
Que te prendem.
Não necessariamente como nos 50 tons.
Que te modificam.
Não necessariamente como Frankenstein.
Que te dão vontade de criar.
Não necessariamente como nos Piores Textos do Washington.
Que te emocionam.
Não necessariamente como no Vento.
Mas, numa boa.
Pessoas-filme também são bem-vindas.
Rápidas.
Um tanto superficiais.
Que não precisam ser lidas.
Foco no cartaz, sabe?
Não necessariamente um Medianeras.
Pode ser, inclusive, uma chanchada da Atlântida.
Mas seria melhor uma Bruna Surfistinha.
Julgue.
Fazer o quê?
Tem tempo pra tudo nessa vida.
Pra ler e pra ver.
Falando nisso, obrigado.
Por me ler.
Um dia a gente se vê.

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